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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A velocidade moderna no poema "Ode Triunfal", de Pessoa

Poeta de várias facetas e identidades, Fernando Pessoa sob o heterônimo de Álvaro de Campos escreveu sobre os avanços da modernidade durante sua fase futurista. Neste contexto surgiu o poema "Ode Triunfal".

A situação histórica do progresso industrial e tecnológico, advindos das Revoluções Industriais, deixa o eu-lírico antes extasiado pela máquina, sedento de sentir e ser como tal: "Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! Ser completo como uma máquina! Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!". Porém, ao longo do poema vemos que o novo e também futuro mundo - "eia todo o futuro já dentro de nós" -, com todos os seus avanços tecno-industriais, esconde por trás uma falta do sentir e um excesso do ambicionar:

"Eh-lá grandes desastres de comboios!
Eh-lá desabamentos de galerias de minas!
Eh-lá náufragos deliciosos dos grandes transatlânticos!
Eh-lá-hô revoluções aqui, ali, acolá,
Alterações de constituições, guerras, tratados, invasões,
Ruído, injustiças, violências, e talvez para breve o fim,
A grande invasão dos bárbaros amarelos pela Europa,
E outro Sol no novo Horizonte!

Que importa tudo isto, mas que importa tudo isto
Ao fúlgido e rubro ruído contemporâneo,
Ao ruído cruel e delicioso da civilização de hoje!"

Para ler o poema completo, clique AQUI.

Douglas P. Coelho

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