Blog dedicado ao projeto de extensão em Cultura e Arte "Da tolerância à liberdade: ecos da Literatura Francesa"
terça-feira, 12 de junho de 2012
Poetas da Resistência: Paul Éluard
Paul Éluard é um dos nomes mais venerados da poesia francesa, considerado como integrante do movimento de vanguarda surrelista. Mas apesar da estética onírica da escola artística, Éluard foi um poeta militante e engajado socialmente, um dos maiores representantes da Resistência Francesa na literatura.
Seu poema mais célebre e conhecido é o maravilhoso Liberté (Liberdade), que teve milhares de exemplares lançados por aviões ingleses dentro da França ocupada pelos alemães, surgindo como um símbolo de esperança para um país sob ameaça nazista. Com o feito, Éluard tornou-se o grande homem das letras à frente da Resistência através de versos que a todo momento clamavam pelo bem que há muito parecia completamente suprimido.
Além, de Liberdade, os versos do livro Poemas Políticos traduzem bem o sentimento de necessidade da união e libertação dos homens: "vos queria libertar para vos unir", deseja o poeta em A Poesia Deve Ter Como Fim a Verdade Prática. Em Ó Meus Irmãos Contrários, reitera a força da liberdade - se utilizando de elementos que a lembram, como uma ave ou uma criança - pela união dos oprimidos: "Ó meus irmãos perdidos, com tão pouca esperança que a morte tem razão, eu vou para a vida tenho aparência de homem (...) E não estou só, mil imagens de mim multiplicam a luz, mil olhares semelhantes igualam a carne, é a ave é a criança é a rocha é a planície que se misturam a nós". E através de outro grande poema de título já bastante sugestivo, Grito, exprime sua vontade de por por terra os dias de medo e impotência através de um grito que gere ecos e frutos; num tempo em que "todos falavam e escreviam demasiado baixo", o poeta surge para "derrubar os gestos sem luz e os dias impotentes"; o desejo do poeta era que os homens, na semelhança de sua desgraça se descobrissem, finalmente, iguais: "Estou perfeitamente seguro agora que o Verão canta debaixo das portas frias (...) Ardem no meu coração as estações dos homens, trêmulos de tão semelhantes serem".
Douglas P. Coelho
Para ler os poemas citados na íntegra, clique sobre os nomes:
Liberdade
Gritar
Ó Meus Irmãos Contrários
A Poesia Deve Ter Como Fim a Verdade Prática
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