Blog dedicado ao projeto de extensão em Cultura e Arte "Da tolerância à liberdade: ecos da Literatura Francesa"
domingo, 6 de maio de 2012
Poema "Le dormeur du val", de Arthur Rimbaud
Arthur Rimbaud foi um poeta francês que viveu no século XIX e escreveu grandes obras da literatura francesa. Aos dezesseis anos, escreveu um poema chamado "Le dormeur du val" que descrevia uma única cena estática de forma belíssima: um soldado morto com dois tiros jazendo num campo verde. Abaixo, confira a tradução do poema e um vídeo com sua interpretação pela cantora Sapho.
Poema traduzido:
O adormecido do vale
Era um recanto onde um regato canta
Doidamente a enredar nas ervas seus pendões
De prata; e onde o sol, no monte que suplanta,
Brilha; um pequeno vale a espumejar clarões.
Jovem soldado, boca aberta, fronte ao vento,
E a refrescar a nuca entre os agriões azuis,
Dorme; estendido sobre as relvas, ao relento,
Branco em seu leito verde, onde chovia luz.
Os pés nos juncos, dorme. E sorri no abandono
De uma criança que risse, enferma, no seu sono;
Tem frio, ó Natureza - aquece-o no teu leito.
Os perfumes não mais lhe fremem as narinas;
Dorme ao sol, suas mãos a repousar supinas
Sobre o corpo. E tem dois furos rubros no peito.
Tradução de Ivo Barroso retirada do livro "Arthur Rimbaud. Poesia Completa - Edição Bilíngue". Rio de Janeiro: Topbooks, 1995.
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Um belo poema sobre os horrores da guerra e a bestialidade humana. Esta nos parece universal e eterna. E a poesia é o seu contrário e seu antídoto.
ResponderExcluirAdriano Rabelo
Realmente a poesia é o antídoto e uma espécie de desafogo de todos os males da humanidade, e permanecerá nesse papel também eternamente.
ResponderExcluirObrigado pela visita e pelo comentário.